* Maria Thereza Henriques
Introdução
Os indicadores financeiros e de valuation desempenham um papel central na análise e avaliação de empresas e ativos financeiros. Essas métricas fornecem informações valiosas para investidores, analistas e gestores, permitindo uma compreensão mais clara do valor real de um negócio ou ativo. Essa análise é crucial para evitar atribuir valores que não correspondam ao potencial de retorno e ao risco envolvidos no investimento.
Além disso, os indicadores financeiros são ferramentas indispensáveis para medir a saúde financeira de uma organização, avaliando sua eficiência, estabilidade e capacidade de enfrentar desafios e aproveitar oportunidades. Eles são calculados a partir de dados extraídos de documentos contábeis, como balanço patrimonial, demonstração de resultados, comparação com outras empresas de mercado e fluxo de caixa, possibilitando a análise de aspectos como rentabilidade, liquidez, solvência e eficiência operacional.
O monitoramento regular desses indicadores não apenas auxilia as empresas a identificar tendências e tomar decisões informadas, mas também fornece subsídios para investidores, credores e outras partes interessadas avaliarem o desempenho financeiro da organização.
Porém, utilizar corretamente os diferentes tipos de métodos de Valuation e indicadores financeiros não é tarefa fácil. Quanto mais em estágio inicial está a empresa, tais como Startups, mais difícil é utilizar com segurança um método que dependa de análise financeira, tais como histórico de resultados passados ou realizar projeções fidedignas de desempenhos futuros.
Para empresas em estágios mais maduros, há diversos indicadores disponíveis, destacandom-se o EBIT, EBITDA e Fluxo de Caixa Livre, amplamente utilizados na análise financeira para compreender a lucratividade, a capacidade operacional e a geração de caixa de uma empresa. No entanto, é comum que esses termos sejam confundidos, o que pode comprometer a interpretação dos dados e, consequentemente, a tomada de decisão.
Neste artigo, exploraremos detalhadamente os principais indicadores financeiros e de valuation, detalhando como são utilizados e suas diferenças. Além disso, analisaremos o papel do EBIT, EBITDA, Fluxo de Caixa Livre, Margem de Lucro Líquido, Giro Ativo, Fluxo de Caixa Operacional e ROE, esclarecendo suas definições e aplicações na avaliação financeira empresarial.
E ainda, aproveite para conferir os seguintes artigos elaborados em nosso blog:
- “Métodos de Valuation e Posição do STJ no Silêncio do Contrato Social”, que também traz uma abordagem voltada para análise dos métodos de valuation ideias para cada situação do negócio, bem como o posicionamento do STJ a respeito.
- “Guia Prático: Valuation para Startups em fase Early Stage”, que ajuda a identificar os melhores métodos de valuation em rodadas Early-Stage.
O que é e como se calcula o EBIT?
O EBIT (Earnings Before Interest and Taxes), ou Lucro Antes de Juros e Impostos (LAJIR), é uma métrica financeira que mede o lucro operacional de uma empresa antes da dedução de encargos financeiros e impostos. Ele reflete exclusivamente a eficiência das atividades operacionais da empresa, sem influências de fatores externos, como endividamento ou política tributária.
O cálculo do EBIT é simples e pode ser feito subtraindo as despesas operacionais da receita operacional. Essas despesas incluem custos de vendas, despesas gerais e administrativas, além de depreciação e amortização. Alternativamente, pode ser representado como:
EBIT = Lucro Líquido + Juros + Impostos
Essa métrica é amplamente utilizada por investidores e analistas para avaliar a capacidade de uma empresa em gerar lucros a partir de suas operações principais. O EBIT é útil para comparações entre empresas de um mesmo setor, pois elimina fatores como diferentes estruturas de capital ou alíquotas tributárias.
Embora seja essencial para medir o desempenho operacional, é importante lembrar que o EBIT não considera os custos com juros e impostos, que podem impactar significativamente o lucro líquido. Por isso, ele deve ser utilizado em conjunto com outras métricas financeiras para uma análise mais completa.
O que é e como se calcula o EBITDA?
O EBITDA, também conhecido em português como LAJIDA (Lucro Antes de Juros, Impostos, Depreciação e Amortização), é amplamente reconhecido como um dos indicadores financeiros mais relevantes para avaliar a saúde operacional de uma empresa. Esse indicador desempenha um papel crucial na análise do fluxo de caixa, especialmente para investidores interessados em adquirir ações de empresas listadas na bolsa de valores.
A sigla EBITDA vem do inglês Earnings Before Interest, Taxes, Depreciation and Amortization e refere-se ao lucro da empresa antes dos descontos relacionados a impostos, juros, depreciação e amortização. Diferentemente do lucro líquido, por exemplo, o EBITDA se concentra exclusivamente nos resultados operacionais, eliminando custos que não estão diretamente vinculados às atividades principais da organização.
Por essa razão, grandes gestores de fundos de investimento utilizam o EBITDA como referência para alocar capital, sendo também um indicador fundamental na análise de eficiência operacional entre empresas de um mesmo setor. Essa métrica permite comparações padronizadas, retirando distorções relacionadas a financiamentos, regimes tributários ou práticas contábeis específicas.
O EBITDA serve como uma ferramenta essencial para compreender a capacidade de geração de caixa operacional de uma empresa. Além disso, o LAJIDA é amplamente utilizado em análises comparativas entre concorrentes. Empresas do mesmo segmento podem ser comparadas quanto à eficiência de suas operações, sem que fatores externos como depreciação de ativos ou estruturas tributárias interfiram nos resultados.
Por fim, o EBITDA também é amplamente empregado no processo de valuation de empresas, ajudando a determinar seu valor de mercado por meio de múltiplos financeiros. Nesse contexto, ele oferece uma visão clara do desempenho operacional, tornando-se uma métrica universalmente aceita para avaliação de negócios em diversos mercados. O EBITDA ajustado é uma variação do indicador padrão, que incorpora ajustes específicos para refletir melhor a realidade econômica de uma empresa. Esses ajustes podem incluir:
- Itens extraordinários;
- Despesas não recorrentes;
- Alterações contábeis pontuais.
O objetivo do EBITDA ajustado é eliminar fatores temporários ou não relacionados ao core business da organização, fornecendo uma visão mais apurada do desempenho operacional. Essa abordagem é especialmente útil em processos de fusões, aquisições ou apresentações de resultados financeiros a investidores. O cálculo do EBITDA é relativamente simples e não exige conhecimentos avançados de contabilidade. A fórmula básica consiste em:
EBITDA = Resultado Líquido + Juros + Impostos + Depreciação + Amortização
Cada componente da fórmula tem um significado específico:
- Juros: Incluem tanto os gastos com financiamentos quanto as receitas provenientes de aplicações financeiras.
- Impostos: Representam as obrigações fiscais federais, estaduais e municipais, que variam de acordo com o setor e o porte da empresa.
- Depreciação: Refere-se à redução do valor contábil de ativos tangíveis, como imóveis e máquinas, devido ao desgaste ou obsolescência.
- Amortização: Envolve a diminuição do valor de ativos intangíveis, como patentes ou licenças, ao longo de sua vida útil.
Embora o cálculo possa ser feito manualmente, é comum que o EBITDA já esteja disponível na Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) das empresas. Essa prática garante maior confiabilidade, pois os dados passam por auditorias internas e externas. A margem EBITDA é expressa como a relação percentual entre o EBITDA e a receita total da empresa. Sua fórmula é:
Margem EBITDA (%) = (EBITDA / Receita Total) × 100
Uma margem EBITDA elevada indica maior eficiência operacional, enquanto uma margem reduzida pode sugerir desafios, como pressões de custo ou ineficiências no modelo de negócios. Essa métrica é frequentemente comparada à margem de lucro, sendo ambas úteis para avaliar a competitividade e sustentabilidade financeira da empresa.
O EBITDA é uma métrica operacional universal, permitindo comparações consistentes entre empresas de diferentes geografias e setores. Ao desconsiderar fatores como juros, depreciação e impostos, o indicador se torna uma ferramenta robusta para medir o desempenho real das operações.
Em resumo, o EBITDA é indispensável para investidores que buscam compreender o verdadeiro potencial operacional de uma empresa, seja para avaliar ações na bolsa de valores, negociar fusões e aquisições ou acompanhar a eficiência financeira ao longo do tempo.
Qual a Diferença entre EBIT e EBITDA?
A diferença entre EBIT (Lucro Antes de Juros e Impostos) e EBITDA (Lucro Antes de Juros, Impostos, Depreciação e Amortização) está nos elementos considerados em seus cálculos. O EBIT reflete o lucro operacional antes da dedução de juros e impostos, enquanto o EBITDA exclui também as despesas contábeis relacionadas à depreciação e amortização.
Essa distinção torna o EBIT uma métrica voltada à análise da lucratividade operacional, enquanto o EBITDA oferece uma visão mais ampla, desconsiderando custos não diretamente relacionados às operações principais da empresa. Ambas as métricas são indispensáveis na análise financeira, proporcionando insights valiosos para empreendedores, investidores e gestores.
O EBIT é utilizado para avaliar o desempenho operacional puro, sem influências de fatores financeiros ou tributários. Já o EBITDA é amplamente aplicado para compreender a capacidade de geração de caixa operacional, uma vez que exclui despesas não monetárias e itens contábeis que não afetam diretamente o fluxo de caixa. Essa diferença permite que o EBITDA seja usado como uma métrica padronizada, útil para comparar empresas com estruturas de capital e regimes fiscais distintos.
Comparações e Aplicações Práticas
A simplicidade e abrangência do EBITDA tornam essa métrica essencial para comparações entre empresas. Ao desconsiderar itens como estrutura de capital e políticas fiscais, o EBITDA fornece uma base uniforme para avaliar empresas de diferentes setores ou mercados. Essa padronização é crucial em análises de múltiplos financeiros e valuation, ajudando a identificar empresas líderes de mercado e medir o retorno potencial de investimentos.
Ambas as métricas também impactam a estrutura de capital das empresas, influenciando os juros pagos em financiamentos e empréstimos. Um EBITDA robusto pode fortalecer a posição da empresa junto a credores, enquanto um EBIT consistente reflete o desempenho operacional sem distorções provocadas por despesas financeiras.
Por serem facilmente calculados e amplamente compreendidos, EBIT e EBITDA são ferramentas indispensáveis para gestores avaliarem a eficiência operacional e a sustentabilidade financeira de suas empresas ao longo do tempo.
O que é e como se calcula o fluxo de caixa livre?
O Fluxo de Caixa Livre (FCL) é uma métrica financeira essencial que indica a capacidade de uma empresa em gerar caixa líquido após cobrir suas despesas operacionais e investimentos necessários para manutenção ou expansão do negócio. Esse indicador reflete a saúde financeira da organização e sua habilidade de financiar operações, honrar dívidas, investir em novos projetos e distribuir lucros a acionistas.
Na maioria das vezes, o fluxo de caixa livre é usado para realizar pagamentos de dividendos aos acionistas, ou para pagar o endividamento da companhia. Dessa forma, o fluxo de caixa livre, costuma ser visto como a capacidade financeira da empresa de gerar caixa para seus acionistas. Um Fluxo de Caixa Livre positivo sinaliza que a empresa é autossuficiente financeiramente, enquanto valores negativos podem indicar necessidade de financiamento externo ou dificuldades financeiras.
Embora exista mais de uma abordagem para calcular o FCL, todas têm como objetivo identificar o montante de dinheiro disponível após as despesas necessárias. Uma das fórmulas mais comuns é voltada para o Fluxo de Caixa Livre para a Empresa (FCLE), conhecido internacionalmente como Free Cash Flow to the Firm (FCFF).
FCLE = EBIT x (1 – Alíquota de Impostos) + Depreciação e Amortização – Investimentos em Ativos Fixos – Variação no Capital de Giro
Outra fórmula, comumente utilizada em análises avançadas de valuation, especialmente na escola de Damodaran1, simplifica o cálculo ao focar no lucro operacional líquido ajustado:
FCLE = NOPAT – Reinvestimentos
- EBIT (Earnings Before Interest and Taxes): Representa o lucro antes de juros e impostos.
- NOPAT (Net Operating Profit After Taxes): Corresponde ao lucro operacional líquido após os impostos.
- Depreciação e Amortização: São despesas contábeis que não envolvem desembolso de caixa, mas impactam o resultado operacional.
- Investimentos em Ativos Fixos: Incluem gastos com manutenção ou aquisição de novos equipamentos e infraestrutura.
- Variação no Capital de Giro: Refere-se ao montante de recursos necessário para financiar as operações diárias, como estoque e contas a receber.
O FCL é um indicador essencial para diversas finalidades:
- Financiamento de Operações: Ele permite avaliar se a empresa consegue sustentar suas atividades sem depender de fontes externas de financiamento.
- Pagamentos de Dívidas: Demonstra a capacidade de amortizar dívidas existentes, reduzindo riscos de inadimplência.
- Investimentos em Crescimento: Um FCL positivo sinaliza que a empresa pode reinvestir em projetos de expansão ou inovação sem comprometer sua estabilidade.
- Distribuição aos Acionistas: Fornece uma visão clara do montante disponível para pagamento de dividendos ou recompra de ações.
- Análise Comparativa: Por ser uma métrica padronizada, facilita a comparação de empresas em diferentes setores ou mercados, independentemente de suas estruturas de capital ou regimes fiscais.
Embora o FCL forneça insights sobre o desempenho financeiro atual, é crucial analisá-lo em conjunto com outros indicadores e em horizontes de longo prazo. A variação no FCL ao longo do tempo pode sinalizar mudanças estratégicas ou operacionais na empresa.
Empresas em estágio inicial ou setores altamente capital-intensivos, como tecnologia ou infraestrutura, podem apresentar FCL negativo em períodos de investimento elevado. Nesse contexto, a análise deve ser complementada com previsões futuras e métricas de geração de valor.
Em resumo, o Fluxo de Caixa Livre é uma métrica indispensável para compreender a saúde financeira e a capacidade de uma empresa em gerar valor sustentável, sendo um parâmetro decisivo em tomadas de decisão estratégicas e avaliações financeiras detalhadas.
O que é e como funciona a Margem de Lucro Líquido?
A margem de lucro líquido reflete a porcentagem da receita total que permanece como lucro após a dedução de todos os custos e despesas, incluindo impostos, juros e outros encargos financeiros. Este indicador é essencial para medir a eficiência geral da empresa. Ele demonstra a capacidade da empresa de gerar lucro com base em suas receitas. Uma margem elevada sugere que a empresa está controlando bem seus custos operacionais e despesas não operacionais, enquanto uma margem baixa pode indicar ineficiências ou desafios no modelo de negócios.
Como interpretar?
- Margem Alta: Indicativo de alta eficiência e forte controle de custos.
- Margem Baixa: Pode sinalizar despesas operacionais elevadas, problemas com precificação ou custos fixos altos.
Na prática, a margem de lucro líquido é amplamente utilizada para orientar decisões estratégicas dentro de uma empresa. Ela permite avaliar a rentabilidade de produtos ou segmentos específicos, ajudando a identificar quais áreas geram maior retorno e quais demandam melhorias. Além disso, esse indicador é fundamental para comparações com concorrentes ou padrões do setor, possibilitando uma análise competitiva detalhada. Empresas também podem usá-lo para ajustar estratégias de precificação, buscando aumentar a margem sem comprometer a competitividade, ou implementar controles mais rigorosos sobre custos e despesas operacionais, visando melhorar a eficiência geral e a lucratividade a longo prazo.
O que é e como funciona o Giro do Ativo?
O giro do ativo mede a eficiência da empresa em utilizar seus ativos para gerar vendas. Ele indica o quanto a empresa está extraindo valor de seus investimentos em ativos fixos e circulantes. Este indicador ajuda a avaliar a eficácia da gestão de recursos da empresa. Uma taxa alta sugere que os ativos estão sendo bem utilizados para gerar receita, enquanto uma taxa baixa pode indicar excesso de ativos não produtivos ou ineficiência operacional.
Como interpretar?
- Giro Alto: Demonstra uma boa alocação e utilização de ativos para suportar a geração de receita.
- Giro Baixo: Pode apontar para ativos subutilizados ou excesso de capacidade.
Na prática, o giro do ativo é uma ferramenta crucial para identificar gargalos operacionais e avaliar a eficiência na utilização de recursos. Ele permite às empresas monitorar a eficácia de seus investimentos em ativos fixos, ajudando a determinar se os recursos estão sendo alocados de forma produtiva. Além disso, esse indicador é essencial no suporte a decisões estratégicas, como expansões ou otimizações, garantindo que a empresa esteja utilizando seus ativos para maximizar a geração de receita. Uma análise detalhada do giro do ativo também pode revelar áreas onde há excesso de capacidade ou subutilização, permitindo ajustes que melhorem a eficiência operacional e o retorno sobre os investimentos.
E o Fluxo de Caixa Operacional?
O fluxo de caixa operacional mede a quantidade de dinheiro que a empresa gera a partir de suas operações principais. Ele exclui itens relacionados a investimentos ou financiamentos, focando apenas no que é gerado diretamente pelas atividades do negócio. É um indicador-chave de liquidez e sustentabilidade no curto prazo. Mesmo empresas lucrativas podem enfrentar dificuldades financeiras se o fluxo de caixa operacional não for suficiente para cobrir as despesas operacionais e financeiras.
Como interpretar?
- Fluxo Positivo: A empresa está gerando caixa suficiente para financiar suas operações sem depender de recursos externos.
- Fluxo Negativo: Pode ser um sinal de problemas com gestão de capital de giro ou desafios nas operações.
Na prática, o fluxo de caixa operacional é um termômetro essencial para a saúde financeira de curto prazo de uma empresa. Ele permite avaliar se o negócio tem capacidade de arcar com suas obrigações, como o pagamento de fornecedores, salários e outros custos operacionais, sem recorrer a financiamento externo. Além disso, é uma base importante para planejar investimentos futuros, assegurando que a liquidez gerada pelas operações seja suficiente para sustentar o crescimento. O monitoramento do fluxo de caixa operacional também pode revelar problemas específicos, como uma má gestão de contas a pagar ou estoques excessivos, permitindo ações corretivas antes que essas questões afetem a sustentabilidade financeira do negócio.
O que é ROE (Retorno sobre o Patrimônio Líquido)?
O retorno sobre o patrimônio líquido (ROE) mede a rentabilidade gerada para os acionistas em relação ao capital que eles investiram. Ele demonstra a eficiência da empresa em gerar lucro a partir do patrimônio líquido disponível. É um indicador fundamental para investidores, pois reflete o desempenho financeiro da empresa e a capacidade de gerar valor sobre os recursos dos acionistas.
Como interpretar?
- ROE Alto: A empresa está gerando retornos significativos para os acionistas, indicando boa gestão e estratégias eficazes.
- ROE Baixo: Pode apontar para uma utilização ineficiente do capital ou problemas operacionais.
Na prática, o ROE é uma ferramenta essencial para medir o retorno financeiro proporcionado aos acionistas e avaliar a eficiência da gestão da empresa. Ele permite que os gestores identifiquem como as estratégias financeiras estão impactando a rentabilidade do capital investido, ajudando a ajustar planos para maximizar o retorno. Para investidores, o ROE é um indicador decisivo na comparação entre empresas, permitindo avaliar quais negócios apresentam maior potencial de valorização do patrimônio. Além disso, o monitoramento contínuo desse índice pode sinalizar se a empresa está mantendo sua competitividade no mercado ou se precisa rever suas operações e estratégias para melhorar o desempenho.
Conclusão
Os indicadores financeiros são ferramentas fundamentais para a análise e compreensão da saúde financeira de uma empresa. Entre os mais utilizados estão o EBIT, EBITDA, Fluxo de Caixa Livre, Margem de Lucro Líquido, Giro do Ativo, Fluxo de Caixa Operacional e o ROE (Retorno sobre o Patrimônio). Cada um desses indicadores oferece insights específicos sobre diferentes aspectos do desempenho empresarial, e sua análise conjunta proporciona uma visão abrangente da eficiência operacional, capacidade de geração de caixa e rentabilidade.
O EBIT (Lucro Antes de Juros e Impostos) mede a lucratividade operacional, evidenciando a capacidade da empresa de gerar lucro com suas operações principais. O EBITDA (Lucro Antes de Juros, Impostos, Depreciação e Amortização) amplia essa perspectiva ao excluir os efeitos não monetários da depreciação e amortização, sendo especialmente relevante para negócios intensivos em capital. Já o Fluxo de Caixa Livre destaca a capacidade de gerar caixa após o pagamento de despesas operacionais e investimentos, refletindo a sustentabilidade financeira da empresa.
A Margem de Lucro Líquido complementa a análise ao demonstrar a eficiência da empresa em converter receita em lucro real, sendo um termômetro da gestão de custos e despesas. O Giro do Ativo, por sua vez, mede a eficiência na utilização dos recursos para gerar vendas, enquanto o Fluxo de Caixa Operacional avalia a liquidez no curto prazo, indicando quanto dinheiro é gerado pelas atividades operacionais da empresa. Por último, o ROE (Retorno sobre o Patrimônio) é crucial para medir a rentabilidade do capital investido pelos acionistas, refletindo o valor entregue aos investidores.
Esses indicadores, quando analisados de forma integrada, oferecem insights valiosos. Por exemplo, uma empresa pode apresentar um ROE elevado, mas um Fluxo de Caixa Livre negativo, sinalizando que, embora esteja entregando retorno aos acionistas, pode enfrentar desafios em termos de sustentabilidade financeira. Da mesma forma, um Giro do Ativo baixo pode indicar ineficiências na utilização dos recursos, mesmo que a Margem de Lucro Líquido seja alta.
Além de sua relevância para a análise interna, esses indicadores são essenciais para a comparação entre empresas do mesmo setor. Eles ajudam a identificar organizações com melhores práticas e destacam diferenças significativas de desempenho financeiro, permitindo decisões estratégicas mais informadas.
Por fim, a análise financeira baseada em indicadores como EBIT, EBITDA, Fluxo de Caixa Livre, Margem de Lucro Líquido, Giro do Ativo, Fluxo de Caixa Operacional e ROE serve como base para decisões estratégicas fundamentadas. Eles orientam gestores na formulação de planos de ação, alocação eficiente de recursos e avaliação de riscos, garantindo o crescimento sustentável e o sucesso a longo prazo das organizações.
*Maria Thereza Henriques, estagiária no Caputo Duarte Advogados Associados, assessoria empresarial full service com ênfase em Startups e Estúdios de Games. Bacharela em Direito pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB).
Referências
1Aswath Damodaran é professor de finanças na Stern School of Business, da New York University (NYU), onde ensina finanças corporativas, investimentos e valuation.
D&R Negócios. O mundo por trás dos indicadores de valuation. Disponível em: https://dernegocios.com.br/indicadores-de-valuation/. Acesso em: 6 dez. 2024.
EXAME. EBITDA: o que é, como funciona e como calcular? Exame, 11 jan. 2024. Disponível em: https://exame.com/invest/guia/ebitda-o-que-e-como-funciona-e-como-calcular/. Acesso em: 6 dez. 2024.
Research XP. Indicadores financeiros para empresas: entenda quais usar! Research XP. Disponível em: https://conteudos.xpi.com.br/aprenda-a-investir/relatorios/indicadores-financeiros-para-empresas/?gad_source=1&gclid=CjwKCAiAl4a6BhBqEiwAqvrqukfwIYz8myoXPB03WtRlMeXVSwrsV4tazq3waEJs72GmeidyGrjZgBoCD7AQAvD_BwE. Acesso em: 6 dez. 2024.
BALLESTRIN, Paulo Eduardo. Entenda a diferença entre EBIT, EBITDA e fluxo de caixa livre. News Valutech. Disponível em: https://news.valutech.io/ebit-ebitda-fluxo-caixa-livre-diferenca/. Acesso em: 10 dez. 2024.
SCHERMER, Nicoly. Qual a diferença entre Ebitda e fluxo de caixa livre? Blog vhsys, julho 1, 2022. Disponível em: https://blog.vhsys.com.br/qual-a-diferenca-entre-ebitda-e-fluxo-de-caixa-livre/#Como_calcular_o_fluxo_de_caixa_livre_da_empresa. Acesso em: 10 dez. 2024.
KOVALSKI, Michelle. EBITDA e Fluxo de Caixa: entendendo a conexão. LinkedIn, 2024. Disponível em: https://www.linkedin.com/pulse/ebitda-e-fluxo-de-caixa-entendendo-conex%C3%A3o-michelle-kovalski-0luaf/. Acesso em: 10 dez. 2024.
nIA Bot e ANVERSA, Luiz. 6 indicadores financeiros para falar de igual para igual com o CFO da empresa. Exame, São Paulo, 20 de set. 2024. Disponível em: https://exame.com/carreira/guia-de-carreira/6-indicadores-financeiros-para-falar-de-igual-para-igual-com-o-cfo-da-empresa/. Acesso em: 10 dez. 2024.